11/03/2019

Estamos na Quaresma, tempo salutar para a renovação do verdadeiro sentido de nossa fé. Reconstrução de nossa essência e vivificação de nosso amor. Tempo de penitência, penitência esta que nos permite através das mortificações diversas compreender se de fato estamos servindo ou sendo servidos, se estamos amando ou usando, se temos Deus como o fim último de nossa existência ou apenas um meio de troca para alcançarmos a efemeridade do mundo.

São Leão Magno nos diz em seu primeiro sermão sobre a Quaresma:
“Mortifiquemos um pouco o homem exterior para que o interior seja restaurado; perdendo um pouco do excesso corpóreo, o espírito robustece-se pelas delícias espirituais”.

Neste sentido no primeiro final de semana da Quaresma em nossa província iniciaram-se as Caminhadas Penitenciais. Junto com o alvorecer do primeiro Sábado da Quaresma nas cidades de Jequié, Colatina e Belo Horizonte sacerdotes, religiosos, leigos e leigas de nossas comunidades se uniram em momentos de oração, reflexão e penitência. Durante todo o período Quaresmal as caminhadas ocorrerão aos Sábados com temáticas ligadas à realidade humana e aos diversos desafios enfrentados nestes tempos de relativismo, egoísmo e decadência da moral, ética e dignidade humana.

Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC§1438)
“Estes tempos (litúrgicos) são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias)”.

Resgatemos em nós o sentido da verdadeira fé fundamentada no amor e na verdade absoluta enquanto ainda é tempo, enquanto ainda podemos rever nossos pensamentos, palavras e obras. Deixemos o homem velho com sua concupiscência para trás e fixemos o olhar no Cristo Crucificado, autor da obra máxima de amor. 

“A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza”. Papa Francisco