Autor: Pe. Victor Franco Soares, CP
Neste ano de 2025 somos convidados pela Igreja a contemplar com nossas comunidades eclesiais e religiosas a virtude da Esperança. Diante de tantas celebrações realizadas e experiências partilhas podemos nos questionar: os Passionistas são vocacionados à Esperança? Então, sem busca de méritos próprios, mas confiando em Cristo Crucificado-Ressuscitado que eleva e dignifica nossa vocação particular respondemos com nossa vida e consagração. Somos impulsionados a transformar os sinais de morte e desesperança em locais oportunos para manifestar a força da ressurreição, devolvendo assim a esperança aos corações. Não uma esperança transitória e infecunda, mas, uma esperança duradoura que possibilita uma transformação de vida.
O apóstolo Paulo escreve aos Romanos sugerindo que a esperança cristã não engana, não decepciona (Cf. Rm 5,5), de fato, nunca poderíamos ser enganados pelo Cristo Crucificado. Na bula de proclamação do jubileu ordinário do ano de 2025 – Spes non confundit – o Papa Francisco nos alerta exatamente para esta realidade: com efeito, a esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz. Sabemos, desta maneira, que as angústias e alegrias; sonhos e realizações estão alicerçados no amor; que o amor é posto à prova quando aumentam as dificuldades e a esperança parece desmoronar-se diante do sofrimento. E, no entanto, escreve: “Gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança (Cf. Rm 5, 3-4) (4. Bula Spes non confundit).
Na vivência do mistério Pascal celebrado descobrimos que a força no anúncio do Reino de Deus e, por consequência, a evangelização dos Povos é sustentada pela força da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Nós Passionistas somos contempladores deste mistério como nos aconselham nossas Constituições: “esta é a razão pela qual nossa missão se dirige para a evangelização, mediante o ministério da Palavra da Cruz, a fim de que todos conheçam a Cristo e o poder de sua Ressurreição, participem de seus sofrimentos e se assemelhem a Ele na morte para estarem com Ele na glória. Todos participamos deste Apostolado, cada um segundo suas aptidões, recursos e encargos” (Const. 4). A nossa principal missão por força carismática é, portanto, por nosso apostolado devolver a vida para tantas pessoas que se encontram na “escuridão existencial”.
A vida cristã em nossas comunidades religiosas deve ser um itinerário a ser construído pelo método da sinodalidade, caminhamos juntos, para edificar sinais de esperança. Nossas constituições, também, nos recordam que “nossas comunidades devem se esforçar para ser fermento de salvação na Igreja e no mundo, e nós vivemos a memória da Paixão de Cristo, hoje” (Const. 6). Em meio a tantos sofrimentos e causas de morte nós, Passionistas, sabemos reconhecer a Paixão de Cristo no presente da história, e com nosso testemunho e vivência evangélica somos levados a ser chamas vivas de esperança.
Diante de bonitas iniciativas realizadas em nosso apostolado não podemos desanimar do anúncio da força da Palavra da Cruz. Somos convidados por Cristo a sermos causa de transformação e nova vida, essa é a vocação de cada um de nós enquanto peregrinos de esperança. Pessoas que, em meio a crises e dificuldades, caminham com fé sempre confiando em Deus.






