Monjas Passionistas

“O coração orante da Igreja”

sao-paulo-e-madre.jpgNosso fundador é São Paulo da Cruz. Ele nasceu na Itália no dia 03 de janeiro de 1694, na povoação de Ovada. Filho primogênito de Ana Maria Massari e Lucas Danei. Desde que fundou o ramo Masculino, a Congregação Passionista, São Paulo da Cruz pensava no ramo feminino, contudo o ramo feminino só se realiza bem mais tarde. Porque? Primeiro porque São Paulo da Cruz aguardava pacientemente, o sinal verde de Deus, o segundo motivo foram as vicissitudes dos acontecimentos próprios daquele tempo.

Depois de tanta oração, sacrifícios, lutas e espera, preparativos e expectativas, Paulo da Cruz viu com profunda comoção e gratidão a Deus, o seu sonho realizado, embora ele não estivesse presente no dia da abertura do mosteiro, em Tarquinia. Encontrava-se enfermo convento dos Passionistas, em Roma. Dizia à co-fundadora, Venerável Madre Maria Crucifixa: "Se estivesse presente à fundação, não aguentaria; morreria de tanta consolação". Era o dia 3 de maio de 1771, na cidade de Corneto, atual Tarquínia, na Itália que foi erigido canonicamente o primeiro mosteiro do Instituto das "religiosas da Paixão de Jesus Cristo", hoje ," Congregação das Monjas da Paixão de Jesus Cristo."

E hoje, quando nossos Irmãos Passionistas celebram o seu Jubileu pelos 300 anos de sua fundação, e nós as monjas, 250 anos, nos unimos a eles num único canto de Ação de Graças a Deus e ao nosso santo Pai São Paulo da Cruz por nos ter congregado como Família para vivermos o Carisma da Paixão de Jesus a serviço da Mãe Igreja e dos Crucificados de hoje.

 

NOSSO CARISMA

Nosso carisma é claro e definido. Fomos fundadas unicamente para manter viva a Paixão de Jesus. Importante saber: que manter viva a Paixão de Jesus para a Monja não é viver acabrunhada, triste, desconsolada, mas ser portadora de uma grande alegria e serenidade. Diante de todo o sofrimento que assola a humanidade sobretudo em nossos dias , a monja passionistas levam a Esperança, apontam para o alto, com sua postura monástica (que envolve o seu porte, agir, orar, falar....), anunciam aos irmãos que a vitória é e será de Jesus e Jesus Crucificado.

imagem-cristo-crucificado.jpgManifestar ao mundo O Amor de Jesus na Paixão por cada um de nós e por toda a humanidade. "A Morte de Jesus na Cruz foi a sua opção Amorosa ao Pai e a nós". Logo toda monja passionista tem um coração dilatado na gratidão a Deus por ter sido chamada a colaborar na obra Redentora, vivendo a graça de tão grande carisma. Para manter viva essa Memória não basta lembrar, é preciso fazer a experiência , é preciso investir num exercício espiritual, o que significa fazer a experiência de Jesus na Cruz, imitando as virtudes de Jesus na Cruz, fazer a experiência do que ele viveu no Calvário; lembrando que: A Memória da Paixão de Jesus leva sempre à conversão.

Na época de São Paulo da Cruz, nas pregações destacava-se mais os aspectos das dores e dos sofrimentos. O Santo Fundador vem nos mostrar outro elemento constitutivo e atraente da Paixão: O AMOR , O AMOR INFINITO DO CRUCIFICADO.

Veja o que ele nos diz: "A Paixão de Jesus é um mar de amor e um mar de dor". Essa é a novidade de Paulo da Cruz. Não podemos meditar a Paixão de Jesus somente pelo aspecto da dor, mas também e sobretudo pelo aspecto do amor. Jesus na Cruz é o Rosto da Misericórdia do Pai, do Amor, da Doação e do Sacrifício gratuito e total. O Pai tanto nos amou que nos deu seu próprio Filho (Jo 3,16)



ESPIRITUALIDADE

A espiritualidade nos faz saborear o carisma, nos dá a possibilidade de degustar o Amor de Jesus por nós, ao mesmo tempo que nos prepara para crescermos em direção ao Cristo Crucificado.

De que forma? Quando participamos da Eucaristia, quando rezamos a Via-Sacra, quando Meditamos os Evangelhos da Paixão de modo especial, quando rezamos as Chagas de Jesus, as Dores de Maria, o próprio Rosário, as jaculatórias, sobretudo as passionistas, as leituras dos Santos Passionistas, a Vida do Fundador e da Co-fundadora, tudo isso nos desperta, nos ajuda a viver melhor o nosso carisma; não nos esquecendo dos pilares deixados por nosso Santo Pai no seu Diário Espiritual. Ali ele recomenda: " a caridade fraterna", o "espírito de oração", a "solidão" e a "pobreza" como caminhos que levam à "intima união com Deus"', único motivo da vocação passionista. São Paulo da Cruz convidava repetidamente, homens e mulheres a se matricularem na "escola do Crucificado".

Vejamos a beleza e a profundidade do texto de uma de suas Cartas à Ir. Maria Madalena Anselmi: "No sagrado deserto interior, faz-se muito mais como sagrado silêncio da fé e do amor do que como muito falar. O amor puríssimo pouco permite falar, porque a alma que ama perde- se toda no mar imenso da caridade. Advirta, porém, que, como a SS. Paixão de Jesus Cristo é toda obra do infinito amor de Deus, assim a alma, perdendo-se toda no mar do santo amor, não pode deixar - quando apraz a Deus conceder-lhe essa graça - de mergulhar profundamente no mar da SS. Paixão, que um profeta, com razão, chama de mar. Aí realiza grande pescaria de pérolas e de todas as joias , que são as virtudes do divino Esposo Crucificado, para bem se adornar, a fim de ser sempre uma vítima sacrificada em holocausto no fogo do santo amor."

 

COMO VIVEMOS TUDO ISSO?

Na simplicidade do dia-a-dia, com a graça de Deus e em fraternidade. Quando rezamos, seja em coro ou em particular, quando fazemos os afazeres domésticos: lavando louça, cozinhando, varrendo casa, lavando roupa, escrevendo, estudando, cuidando da horta, cuidando da sacristia, atendendo portaria, fazendo retiro... oferendo toda nossa vida e tudo que fazemos para colaborar com o Esposo Crucificado na Obra Redentora. Não importa o que fazemos, mas sim, o como fazemos e por que fazemos. Ou seja, o que importa, o que vale é o AMOR.